“Resfriado com luz solar” – esse selo ecológico poderá vir estampado nas futuras embalagens de alimentos. Pesquisadores querem tornar frutas e legumes mais duráveis através dos raios de sol, principalmente em países em desenvolvimento, onde os refrigeradores são artigo de luxo e a energia elétrica só existe em regiões de grande concentração populacional. Redução do custo energético Freezer abastecido com energia solar serve para armazenar medicamentos Freezer abastecido com energia solar serve para armazenar medicamentos Pesquisadores do Instituto Fraunhofer para Sistemas de Energia Solar (ISE) demonstraram que a refrigeração solar funciona: no projeto Medisco, da União Europeia, eles instalaram sistemas solares para resfriar vinho em uma vinícola na Tunísia e leite em uma fábrica de laticínios no Marrocos. “A técnica é aplicável em regiões ricas em insolação, principalmente em áreas remotas, onde devido à escassez de água e falta de fontes de energia regulares não há possibilidade de refrigeração convencional”, diz Tomas Núñez, pesquisador do ISE. “É um método benéfico para o ambiente. Além disso, o custo da energia para equipamentos de refrigeração convencionais é reduzido ao mínimo.” Os pesquisadores desenvolveram os painéis solares de forma que a luz do sol seja direcionada por meio de espelhos para um absorvedor. Os raios de sol concentrados aquecem a água dentro de um reservatório a 200ºC. Essa temperatura extrema da água é necessária para acionar a chamada máquina de resfriamento por absorção com alta temperatura exterior. “Diferente do refrigerador comum, nós não utilizamos energia, mas calor para gerar frio”, explica Núñez. O resultado em ambos os casos é o mesmo. “Frio em forma de água fria ou, no nosso caso, uma mistura de água e glicol.” Tecnologia ainda inadequada para o mercado – As máquinas de resfriamento solar podem refrigerar salas e até edifícios inteiros. Muitos projetos de pesquisa foram bem-sucedidos e demonstraram que sistemas de energia solar economizam 50% a 80% em comparação às tecnologias convencionais de refrigeração. Apesar de todas as vantagens, os especialistas destacam que a tecnologia ainda não está pronta para o mercado. “Os custos de instalação ainda são altos demais”, diz Ursula Eicker, da Universidade de Ciências Aplicadas de Stuttgart. Se uma família na Alemanha quiser refrigerar sua casa com refrigeração através do sol, terá que pagar cerca de 40 mil euros, quase o dobro de um sistema convencional. Uma empresa de médio porte na África não tem esse dinheiro – e a tecnologia não parece economicamente vantajosa para as grandes indústrias. A tecnologia funciona e existe demanda, o que em médio prazo representa boas chances para a refrigeração solar, diz Núñez. Particularmente na climatização de edifícios – e especialmente na ensolarada África. “O importante é expandir lentamente, passo a passo. Uma parte da produção precisa ser feita no local, e são necessários engenheiros treinados para a instalação”, destaca o especialista. O primeiro passo foi apresentar a tecnologia por meio de projetos subsidiados para aumentar a consciência sobre a tecnologia. Sem programas financiados pelo Estado, como os que existem na Alemanha, na Áustria e na Espanha, os sistemas de refrigeração solar nunca seriam competitivos, diz a professora Eicker. “Estamos em um absoluto nicho.” Em 2007 foram instalados de uma só vez 81 sistemas de refrigeração solar no mundo, quase todos na Europa, em edifícios comerciais. Para criar um mercado para a tecnologia, os governos precisam demonstrar interesse e disponibilidade financeira. Extremamente nocivos – Sistemas convencionais de refrigeração precisam ser substituídos por outra razão: as substâncias refrigerantes e os compressores de espuma isolante contêm hidrocarbonetos halogenados, que são 12 mil vezes mais nocivos para o meio ambiente do que CO2, além de destruírem a camada de ozônio. Os governos europeus estão ajudando os países em desenvolvimento a substituírem essas substâncias por sistemas de refrigeração não nocivos. A base de cooperação é o Protocolo de Montreal, assinado em 1987, em que 180 países se comprometeram a substituir substâncias que destroem a camada de ozônio. O governo alemão estabeleceu o programa Proklima, em cooperação com 40 países, entre os quais pequenos países africanos como a Suazilândia, onde empresas locais produzem novos congeladores e refrigeradores ecológicos. Com a iniciativa, já foram poupados em todo o mundo cerca de 42 milhões de toneladas de CO2. A substituição das antigas substâncias refrigeradoras deve estar completa em 2011, explica Eicker. “Graças a uma lei, o que traz esperança. E isso mostra que a cooperação internacional para a proteção do meio ambiente pode fazer diferença.” (Fonte: Folha.com)
O governo vai liberar mais R$ 700 milhões para atender municípios atingidos por desastres naturais e financiar projetos de prevenção. O Secretário Nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, disse na quarta-feira (13) que uma medida provisória (MP) deverá ser editada nos próximo dias para liberar os recursos. Em janeiro, também por meio de MP, o governo liberou R$ 780 milhões para ações de defesa civil, principalmente para atender os estados da Região Sudeste, atingidos por chuvas e deslizamentos. “Há uma MP a ser publicada, de mais R$ 700 milhões para desastres que estão acontecendo agora. Uma parte [dos recursos] será para restos a pagar”, adiantou Viana durante o seminário internacional sobre gestão integrada de riscos e desastres. Além da nova leva de recursos da União, o secretário disse que a Defesa Civil está articulando com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um modelo de financiamento facilitado para fortalecer as defesas civis municipais. “Estamos criando uma linha de financiamento ou empréstimo, a fundo perdido, a fim de financiar, para os municípios, um kit com carro, telefone, GPS [Global Positioning System] e curso de capacitação e treinamento”, detalhou. (Fonte: Luana Lourenço/ Agência Brasil)
Cientistas descobrem que clima tem influência sobre atividade sísmica
Uma equipe de cientistas australianos, da qual também fazem parte um francês e um alemão, anunciou nesta quarta-feira ter descoberto que a intensificação das monções – um fenômeno meteorológico – na Índia acelerou em 20% o movimento da placa tectônica indiana ao longo dos últimos 10 milhões de anos. Giampiero Iaffaldano, que coordenou o trabalho, explica que já se sabia há muito tempo que os movimentos tectônicos influenciam o clima ao formar novas montanhas e fossas marinhas, mas esta pesquisa demonstra pela primeira vez que a influência existe também no sentido inverso. “O fechamento e a abertura dos vales oceânicos, assim como a formação das grandes cadeias de montanhas, como os Andes e o Tibete, constituem processos geológicos que afetam os padrões do clima”, disse o especialista à AFP. “Do nosso lado, nós demonstramos pela primeira vez que esta influência existe também no sentido inverso, ou seja, que a evolução do clima pode afetar, por sua vez, o movimento das placas tectônicas”, acrescentou. Entretanto, a conclusão óbvia não é a de que o aquecimento global necessariamente acarretará em uma maior frequência de terremotos potentes, como o que devastou a costa nordeste do Japão em março, já que estas evoluções são medidas em “milhões de anos”. Com a equipe de Iaffaldano, colaboraram Laurent Husson, da Universidade de Geociências de Rennes (França), e com Hans-Peter Bunge, da Universidade Ludwig-Maximilians de Munique (Alemanha). A pesquisa foi publicada recentemente pela revista científica “Earth and Planetary Science Letters”. Os pesquisadores agora pretendem investigar se o clima teve efeitos nas placas tectônicas de outras regiões, além da Índia. “Por exemplo, podemos imaginar que tenha havido uma influência do clima na formação dos Andes ou das montanhas Rochosas”, estimou Iaffaldano. (Fonte: G1)
Encaminhado por : Amanda França
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