O único modo de escapar da corrupção causada pelo sucesso é continuar trabalhando.
Albert Einstein
pensador.info

11 janeiro, 2011

Pesquisa cria modelo para recuperar vegetação em florestas degradadas
 
 
O engenheiro florestal Rafael Salomão, do Museu Paraense Emílio Goeldi, apresentou no início de dezembro os primeiros resultados da pesquisa que desenvolve na Floresta Nacional Saracá-Taquera, em Oriximiná, a cerca de 880 quilômetros de Belém, no Pará. O estudo propõe a aplicação de um modelo estatístico para recuperar áreas de florestas degradadas.
A partir da análise de uma região com floresta degradada pela extração de bauxita na Flona Saracá-Taquera, explorada pelo Mineração Rio do Norte, Salomão criou um modelo que ajuda a determinar espécies essenciais e secundárias para regenerar a vegetação da melhor forma possível. O próximo passo consiste em criar um programa de computador para simplificar os cálculos do modelo estatístico, auxiliando produtores na regeneração de suas florestas.
Dessa forma, o modelo criado por Salomão poderia ser aplicado em qualquer área florestal, não necessariamente na Amazônia.
Para desenvolver o estudo, porém, ele avaliou uma área de vegetação densa e com um tipo de degradação acentuada. “Apesar de pontuais, as modificações causadas na vegetação pela mineração são muito intensas. As áreas de exploração mineral representam o extremo da degradação artificial”, diz ele
A extração de bauxista exige a retirada completa de toda a cobertura vegetal de floresta, segundo Salomão. Depois, ainda é necessário escavar de 4 a 10 metros de terra no solo para alcançar o minério. “O ambiente fica completamente desestabilizado. Todas as propriedades do solo são alteradas”, diz.
Como seria feita a regeneração de uma área assim? De acordo com o pesquisador, a literatura científica existente sobre o tema é muito vaga. Existe uma orientação consensual para o produtor plantar cerca de 80 espécies para regenerar a área destruída. “Mas nenhum trabalho feito até agora identifica que espécies seriam essas”, explica Salomão.
A partir de um inventário florestal, ele identificou cerca de 1.500 espécies na Flona Saracá-Taquera e começou a aplicar índices ecológicos e socioeconômicos sobre elas.
Os critérios usados consideram abundância de espécies e dados específicos sobre as árvores, como o diâmetro do tronco e o peso. O pesquisador também availou valores comerciais das árvores, considerando preço da madeira e de produtos florestais não madeireiros que as espécies podem fornecer.
O resultado matemático permite determinar espécies-chave para a regeneração da área. “O modelo indica de 25 a 35 espécies assim, além de outras secundárias que interagem bem com elas”, diz Salomão. Com o modelo, o pesquisador visa a recuperação de áreas degradadas no menor tempo possível. (Fonte: Globo Amazônia
 
 
Casca de banana transformada em pó pode despoluir água
 
Esnobada por indústrias, restaurantes e até donas de casa, a casca de banana pode em breve dar a volta por cima. Descobriu-se que, a partir de um pó feito com ela, é possível descontaminar a água com metais pesados de um jeito eficaz e barato. O projeto é de Milena Boniolo, doutoranda em química pela Ufscar (Universidade Federal de São Carlos, no interior paulista), que teve a ideia ao assistir a uma reportagem sobre o desperdício de banana no Brasil.
“Só na Grande São Paulo, quase quatro toneladas de cascas de banana são desperdiçadas por semana. E isso é apenas nos restaurantes”, diz a pesquisadora. Boniolo já trabalhava com estratégias de despoluição da água, mas eram métodos caros – como as nanopartículas magnéticas -, o que inviabilizava o uso em pequenas indústrias. Com as cascas de banana, não há esse problema. Como o produto tem pouquíssimo interesse comercial, já existem empresas dispostas a simplesmente doá-las. Massa crítica – “Como o volume de sobras de banana é muito grande, as empresas têm gastos para descartar adequadamente esse material. Isso é um incentivo para que elas participem das pesquisas”, afirma.
O método de despoluição se aproveita de um dos princípios básicos da química: os opostos se atraem. Na casca da banana, há grande quantidade de moléculas carregadas negativamente. Elas conseguem atrair os metais pesados, positivamente carregados. Para que isso aconteça, no entanto, é preciso potencializar essas propriedades na banana. Isso é feito de forma bastante simples e quase sem gastos de energia.
“Eu comecei fazendo em casa. É realmente muito fácil”, diz Boniolo.
As cascas de banana são colocadas em assadeiras e ficam secando ao sol durante quase uma semana. Esse material é então triturado e, depois, passa por uma peneira especial. Isso garante que as partículas sejam uniformes. O resultado é um pó finíssimo, que é adicionado à água contaminada. Para cada 100 ml a serem despoluídos, usa-se cerca de 5 mg do pó de banana.
Em laboratório, o índice de descontaminação foi de no mínimo 65% a cada vez que a água passava pelo processo. Ou seja: se for colocado em prática repetidas vezes, é possível chegar a níveis altos de “limpeza”. O projeto, que foi apresentado na dissertação de mestrado da pesquisadora no Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), foi pensado com urânio.
Mas, segundo Boniolo, é eficaz também com outros metais, como cádmio, chumbo e níquel – muito usados na indústria. Além de convites para apresentar a ideia no Brasil e na Inglaterra, a química também ganhou o Prêmio Jovem Cientista.
Agora, segundo ela, é preciso encontrar parceiros para viabilizar o uso da técnica em escala industrial. (Fonte: Folha.com)
 
 
Estudo diz que bioinvasores são bomba-relógio ambiental
As próximas décadas serão repletas de problemas relacionados às invasões biológicas. Essa é a aposta, ao menos, de uma equipe internacional de cientistas liderada por Stefan Dullinger, biólogo da Universidade de Viena.
Eles estão dizendo isso, em artigo científico publicado na revista “PNAS”, porque analisaram os padrões de bioinvasão em 28 países europeus no século 20 e chegaram a duas conclusões.
Primeiro, quanto mais quente está a atividade econômica de um país, mais espécies “imigrantes” ele atrai.
Isso porque crescimento econômico estimula atividades que trazem muitas espécies de outros lugares, notoriamente o transporte marítimo – estima-se que mais da metade dos casos de bioinvasão envolvam navios.
Acontece assim: para aumentar a estabilidade quando descarregados, os navios se enchem de água num tanque que atua como lastro. As espécies de um lugar viajam clandestinas nos tanques e chegam aos novos habitats.

A outra conclusão é que as espécies invasoras, em geral, não viram pragas assim que chegam ao seu destino.
Vários anos são necessários para que se estabeleça uma população mínima, a partir da qual a espécie ganha fôlego para se reproduzir rápido e ocupar nichos ecológicos que antes eram de espécies nativas.
Esse prazo varia dependendo da espécie invasora e da abundância de alimentos que ela acha no novo lar, mas a equipe de Dullinger descobriu que ele costuma ficar entre 20 anos e um século.
Assim, a ressaca biológica do século 20, no qual os países criaram riqueza como nunca antes na história, deve chegar nas próximas décadas, quando os períodos de “aclimatação” terminarem.
A bioinvasão acarreta perda da biodiversidade, pois as espécies nativas, forçadas a concorrer com as invasoras, podem acabar extintas. Desde 1600, 39% das extinções com causas conhecidas estavam relacionadas à competição com espécies invasoras.
São espécies invasoras no Brasil o búfalo, várias espécies de rato, o Aedes aegypti e as abelhas africanas. (Fonte: Folha.com)
 
 
Encaminhadas por Amanda França.

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