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COP-16 quer comprometimento de países em desenvolvimento em acordo climático
A 16ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP-16), que começa no próximo dia 29 em Cancún, no México, tentará se transformar na primeira reunião climática a permitir a criação de novos instrumentos que combatam o aquecimento do planeta, tanto nos países industrializados, como no mundo em desenvolvimento.
Em entrevista à Agência Efe, o secretário de Ambiente mexicano, Juan Rafael Elvira, sustentou que a reunião buscará o “profundo” compromisso dos países mais poluentes, e outro “recíproco” dos menos desenvolvidos, ainda não vinculados a tratados internacionais, que os obriguem a cortes.
De partida, o México já descartou um acordo global sobre redução de emissões após um “difícil, longo e complexo” processo de negociação de quase um ano, mas está convencido de que em Cancún pode haver avanços substanciais.
O presidente Felipe Calderón, que será a liderança política da reunião, assinalou este mês em Seul que o mundo está “em possibilidade de adotar um pacote amplo de decisões” na luta climática.
Em matéria de adaptação, como são conhecidas as fórmulas para minimizar o impacto negativo dos desastres naturais aguçados pelo aquecimento global, “há um amplo acordo sobre um marco institucional específico para apoiar as medidas nos países em desenvolvimento”, segundo o governante.
Impulsor há anos da criação de um Fundo Verde para canalizar as ajudas, Calderón acha possível que isso ocorra na COP-16, e que fique assegurada a coordenação desse mecanismo com “as instituições financeiras internacionais e fluxos bilaterais” de cooperação já existentes, muitos deles com a União Europeia (UE).
O maior obstáculo para a cúpula continua sendo a mitigação os cortes de dióxido de carbono (CO2) e outros gases causadores do efeito estufa, já que existem promessas, mas não uma forma clara de como executá-las.
“Em Cancún, estes compromissos devem ser fixados”, assinalou Calderón, que, no entanto, acha “muito difícil” que seja concretizada na COP-16 a segunda fase do Protocolo de Quioto, o único instrumento legal e vinculativo de redução de gases existente.
A longo prazo, a grande aspiração continua sendo manter “abaixo de dois graus centígrados” o aumento da temperatura da Terra no século 21.
Estão previstos, além disso, progressos em transferência de tecnologias limpas, uma área na qual a Índia está muito comprometida.
Países desenvolvidos – Outro país que será fundamental em Cancún, é a China, que junto aos EUA gera 50% das emissões de CO2 à atmosfera pela alta dependência de sua economia ao carvão.
“Pedimos abertamente o apoio que precisamos para chegar a resultados adequados na COP-16″, disse Elvira, que está em permanente comunicação com seu colega chinês, Zhou Shengxian.
O gigante asiático e as demais potências emergentes do Bric (Índia, Brasil e África do Sul) pediram que as nações industrializadas sejam as que mais se esforcem para conseguir, em 2011, um pacto global de redução de gases.
Em outubro, ressaltaram a responsabilidade histórica que as economias desenvolvidas deveriam ter com esse fim e pediram que a COP-16 permita “aplanar o caminho para conseguir um resultado vinculativo no próximo ano”, em Johanesburgo.
Outro bloco chamado por ter protagonismo em Cancún é a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), que não reconheceu o resultado de Copenhague no ano passado por ter sido elaborado na última hora entre poucos países ricos.
“Nós consideramos que eles entenderam com mais clareza, de um país vizinho e irmão, a mensagem de transparência, de abertura, de inclusão do México, para que possam nos ajudar a somar estes acordos que nos trazem benefícios, primeiro a nós, e depois para muitos outros países”, explicou Elvira. (Fonte: Folha.com)
Em entrevista à Agência Efe, o secretário de Ambiente mexicano, Juan Rafael Elvira, sustentou que a reunião buscará o “profundo” compromisso dos países mais poluentes, e outro “recíproco” dos menos desenvolvidos, ainda não vinculados a tratados internacionais, que os obriguem a cortes.
De partida, o México já descartou um acordo global sobre redução de emissões após um “difícil, longo e complexo” processo de negociação de quase um ano, mas está convencido de que em Cancún pode haver avanços substanciais.
O presidente Felipe Calderón, que será a liderança política da reunião, assinalou este mês em Seul que o mundo está “em possibilidade de adotar um pacote amplo de decisões” na luta climática.
Em matéria de adaptação, como são conhecidas as fórmulas para minimizar o impacto negativo dos desastres naturais aguçados pelo aquecimento global, “há um amplo acordo sobre um marco institucional específico para apoiar as medidas nos países em desenvolvimento”, segundo o governante.
Impulsor há anos da criação de um Fundo Verde para canalizar as ajudas, Calderón acha possível que isso ocorra na COP-16, e que fique assegurada a coordenação desse mecanismo com “as instituições financeiras internacionais e fluxos bilaterais” de cooperação já existentes, muitos deles com a União Europeia (UE).
O maior obstáculo para a cúpula continua sendo a mitigação os cortes de dióxido de carbono (CO2) e outros gases causadores do efeito estufa, já que existem promessas, mas não uma forma clara de como executá-las.
“Em Cancún, estes compromissos devem ser fixados”, assinalou Calderón, que, no entanto, acha “muito difícil” que seja concretizada na COP-16 a segunda fase do Protocolo de Quioto, o único instrumento legal e vinculativo de redução de gases existente.
A longo prazo, a grande aspiração continua sendo manter “abaixo de dois graus centígrados” o aumento da temperatura da Terra no século 21.
Estão previstos, além disso, progressos em transferência de tecnologias limpas, uma área na qual a Índia está muito comprometida.
Países desenvolvidos – Outro país que será fundamental em Cancún, é a China, que junto aos EUA gera 50% das emissões de CO2 à atmosfera pela alta dependência de sua economia ao carvão.
“Pedimos abertamente o apoio que precisamos para chegar a resultados adequados na COP-16″, disse Elvira, que está em permanente comunicação com seu colega chinês, Zhou Shengxian.
O gigante asiático e as demais potências emergentes do Bric (Índia, Brasil e África do Sul) pediram que as nações industrializadas sejam as que mais se esforcem para conseguir, em 2011, um pacto global de redução de gases.
Em outubro, ressaltaram a responsabilidade histórica que as economias desenvolvidas deveriam ter com esse fim e pediram que a COP-16 permita “aplanar o caminho para conseguir um resultado vinculativo no próximo ano”, em Johanesburgo.
Outro bloco chamado por ter protagonismo em Cancún é a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), que não reconheceu o resultado de Copenhague no ano passado por ter sido elaborado na última hora entre poucos países ricos.
“Nós consideramos que eles entenderam com mais clareza, de um país vizinho e irmão, a mensagem de transparência, de abertura, de inclusão do México, para que possam nos ajudar a somar estes acordos que nos trazem benefícios, primeiro a nós, e depois para muitos outros países”, explicou Elvira. (Fonte: Folha.com)
Saiba quais são os principais temas de negociação durante a COP-16
A 16ª Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU começou nesta segunda-feira (29) em Cancún, no México, com a ambição de dar impulso e credibilidade a difíceis negociações, após a decepção de Copenhague, há um ano.
Tropas do exército e policiais mexicanos, apoiados por três navios de guerra, participam do esquema de segurança em torno ao hotel Moon Palace, um complexo em frente ao mar, onde está sendo realizada a conferência que encerra somente em 10 de dezembro.
Veja a lista dos principais temas na mesa de negociação durante a conferência em Cancún, no México, sobre mudanças climáticas:
1. Redução das emissões de gases de efeito estufa devido ao desmatamento (20% do total) – Cancún pode tornar efetivo o mecanismo Redd+, que consiste em pagar compensações financeiras aos países que reduzirem o desmatamento ou a degradação de suas florestas. A Conferência de Copenhague conseguiu praticamente um acordo, mas faltam questões complexas por definir, como o financiamento deste ambicioso dispositivo.
2. Fundo Verde – Os países industrializados se comprometeram em Copenhague a mobilizar US$ 100 bilhões por ano até 2020 para alimentar este fundo, iniciativa do México, destinado aos países mais pobres. Mas sua gestão é objeto de debate: os países em desenvolvimento querem que dependa da ONU, enquanto outros, como Estados Unidos, pedem que goze de maior independência.
3. Fixar os compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa – Segundo o Acordo de Copenhague, os países industrializados e as nações em desenvolvimento submeteram à Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CMNUCC) seus objetivos e ações em termos de cortes de emissões de CO2 até 2020. Estas promessas não têm caráter vinculativo e a conferência de Cancún deverá buscar uma fórmula jurídica para fixá-las legalmente. Apesar de tudo, as promessas feitas até agora são insuficientes para limitar a 2º C a alta da temperatura média do planeta.
4. Verificação dos compromissos alcançados – O controle dos esforços realizados para reduzir as emissões de CO2 é um dos temas mais espinhosos da negociação. A China, principal emissor mundial, é particularmente reticente ao controle exterior de seus planos climáticos, um aspecto no qual, entretanto, insiste outro grande emissor, Estados Unidos.
5. Protocolo de Kyoto – Os países em desenvolvimento se preocupam com a falta de atenção dedicada a um eventual segundo período de compromissos sob o Protocolo de Kyoto, cuja primeira etapa expira no final de 2012. Ante a dificuldade para concluir um novo tratado vinculativo, estes países insistem em conservar o único instrumento legal existente que impõe obrigações cifradas em matéria de emissões de gases de efeito estufa aos países industrializados (com exceção dos Estados Unidos, que nunca o ratificou).
6. Mecanismos de transferência de tecnologia – Trata-se de ajudar os países mais vulneráveis a ter acesso às tecnologias que permitem reduzir as emissões de CO2 (energias renováveis, por exemplo) e adaptar-se aos inevitáveis impactos das mudanças climáticas. Cancún poderia aprovar a criação de um comitê sobre tecnologia, que seria responsável por centralizar e divulgar esta informação. (Fonte: Folha.com)
Tropas do exército e policiais mexicanos, apoiados por três navios de guerra, participam do esquema de segurança em torno ao hotel Moon Palace, um complexo em frente ao mar, onde está sendo realizada a conferência que encerra somente em 10 de dezembro.
Veja a lista dos principais temas na mesa de negociação durante a conferência em Cancún, no México, sobre mudanças climáticas:
1. Redução das emissões de gases de efeito estufa devido ao desmatamento (20% do total) – Cancún pode tornar efetivo o mecanismo Redd+, que consiste em pagar compensações financeiras aos países que reduzirem o desmatamento ou a degradação de suas florestas. A Conferência de Copenhague conseguiu praticamente um acordo, mas faltam questões complexas por definir, como o financiamento deste ambicioso dispositivo.
2. Fundo Verde – Os países industrializados se comprometeram em Copenhague a mobilizar US$ 100 bilhões por ano até 2020 para alimentar este fundo, iniciativa do México, destinado aos países mais pobres. Mas sua gestão é objeto de debate: os países em desenvolvimento querem que dependa da ONU, enquanto outros, como Estados Unidos, pedem que goze de maior independência.
3. Fixar os compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa – Segundo o Acordo de Copenhague, os países industrializados e as nações em desenvolvimento submeteram à Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CMNUCC) seus objetivos e ações em termos de cortes de emissões de CO2 até 2020. Estas promessas não têm caráter vinculativo e a conferência de Cancún deverá buscar uma fórmula jurídica para fixá-las legalmente. Apesar de tudo, as promessas feitas até agora são insuficientes para limitar a 2º C a alta da temperatura média do planeta.
4. Verificação dos compromissos alcançados – O controle dos esforços realizados para reduzir as emissões de CO2 é um dos temas mais espinhosos da negociação. A China, principal emissor mundial, é particularmente reticente ao controle exterior de seus planos climáticos, um aspecto no qual, entretanto, insiste outro grande emissor, Estados Unidos.
5. Protocolo de Kyoto – Os países em desenvolvimento se preocupam com a falta de atenção dedicada a um eventual segundo período de compromissos sob o Protocolo de Kyoto, cuja primeira etapa expira no final de 2012. Ante a dificuldade para concluir um novo tratado vinculativo, estes países insistem em conservar o único instrumento legal existente que impõe obrigações cifradas em matéria de emissões de gases de efeito estufa aos países industrializados (com exceção dos Estados Unidos, que nunca o ratificou).
6. Mecanismos de transferência de tecnologia – Trata-se de ajudar os países mais vulneráveis a ter acesso às tecnologias que permitem reduzir as emissões de CO2 (energias renováveis, por exemplo) e adaptar-se aos inevitáveis impactos das mudanças climáticas. Cancún poderia aprovar a criação de um comitê sobre tecnologia, que seria responsável por centralizar e divulgar esta informação. (Fonte: Folha.com)
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