É a autoridade e não a verdade que faz a lei.
Thomas Hobbes
pensador.info

23 março, 2011

Com toneladas de água, Japão reduz ligeiramente radiação em usina



Depois de lançar toneladas de água nos reatores da usina de Fukushima Daiichi, no Japão, a operadora Tokyo Electric Power (Tepco) conseguiu baixar ligeiramente os níveis de radiação no local.
Segundo a TV japonesa NHK, os níveis caíram cerca de 20 pontos, para 292 microsieverts – um índice ainda muito acima do nível de radiação normal de 0,035 microsievert por hora.
As equipes lançaram cerca de 64 toneladas de água no reator 3, com helicópteros e caminhões de combate a incêndio das Forças de Autodefesa (equivalente ao Exército). Um caminhão com jato de água da Polícia Metropolitana, utilizado para conter motins, também foi utilizado na operação.
A companhia disse mais cedo que o vapor que saía do reator 3, parcialmente destruído, estava menos tóxico, o que sugere que a piscina foi efetivamente resfriada. Caso a temperatura não tivesse diminuído, a piscina emitiria um número maior de materiais radioativos.
Durante a reunião da cúpula da força-tarefa o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, chegou a agradecer a equipe pelo empenho em “operações tão perigosas”.
Diante do sucesso da operação, o secretário do Gabinete Yukio Edano disse a repórteres que o lançamento de água deve continuar nesta sexta-feira. O objetivo primário é impedir qualquer vazamento massivo de materiais radioativos da piscina para o ar.
O aumento da temperatura da água desta piscina, normalmente de 40ºC, faz com que a água se dissipe e exponha as varetas de combustível nuclear usado. Sem o líquido, que as isola do exterior, elas ficam então suscetíveis às altas temperaturas e podem derreter. No pior dos cenários, podem liberar material altamente radioativo.
A mesma fumaça branca vista no reator 3 foi confirmada no reator 2, sugerindo que a piscina de combustível usado também pode estar em ebulição.
As autoridades estão preocupadas ainda que este mesmo processo esteja ocorrendo no reator 4, já que a piscina teria ficado exposta com a explosão de hidrogênio no começo da semana. Segundo a agência nuclear japonesa, os esforços de injeção de água fria vão focar também neste reator.
Energia – Em outra boa notícia, o Japão informou que engenheiros conseguiram colocar um cabo de energia da rede externa do reator 2 da usina nuclear de Fukushima Daiichi.
“Eles planejam religar a energia na unidade 2 assim que o lançamento de água sobre o reator 3 estiver finalizado”, disse a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), em um comunicado, com base em informações cedidas pelo governo japonês.
O cabo, de mil metros de extensão, ligará a rede principal de energia ao reator para tentar reativar o funcionamento das bombas de água responsáveis pelo resfriamento do reator 2 –que foram desligadas depois do terremoto e tsunami da última sexta-feira (11).
A agência nuclear do Japão disse que o reator 2 foi o primeiro a receber eletricidade porque sua cobertura não foi afetada.
Sério, mas estável – Mais cedo, a AIEA informou que a situação nos reatores danificados da usina nuclear continua sendo “muito séria”, embora não tenha piorado desde a última quarta-feira (16).
Graham Andrew, assessor do diretor-geral da AIEA, declarou à imprensa que a situação no reator quatro da usina é a ‘de maior preocupação’, já que não se sabe nada sobre o nível de água nos reservatórios de combustível nuclear e nem sobre sua temperatura desde 14 de março. Os especialistas da AIEA não descartam que esteja fervendo, o que aumentaria drasticamente a temperatura e pressão e poderia causar uma explosão.
A situação dos reatores 1, 2 e 3 é “relativamente estável”, disse Andrew. Já a temperatura nas piscinas de resíduos nucleares dos reatores 4, 5 e 6 é muito superior ao permitido, chegando ao triplo do recomendado.
Em todo caso, o especialista da AIEA advertiu que ainda é ‘muito cedo’ para poder dizer que há esperança para a crise nuclear em Fukushima.
“É provável que [a situação] não tenha piorado, mas ainda é possível que piore. Não quero especular”, disse Andrew, que está a caminho do Japão, onde o diretor-geral, Yukio Amano, pretende visitar pessoalmente o local. (
Fonte: Folha.com)

Nuvem radioativa chegará à Europa, dizem especialistas franceses

Especialistas franceses afirmam que uma nuvem radioativa causada pelas explosões na central de Fukushima Daiichi, no Japão, deverá chegar à Europa na próxima semana, mas estimam, no entanto, que ela não será nociva à saúde.
Segundo Jean-Marc Peres, chefe do serviço de fiscalização da radioatividade no meio ambiente do Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN) da França, “é muito provável que a nuvem seja detectada a partir da próxima semana no território francês”.
O IRSN criou o site “Criter Japon”, que permite à população ter acesso ao nível de radiação na França. A radiação é medida por sensores espalhados pelo país quase em tempo real, com apenas uma hora de defasagem em relação à coleta dos dados.
O site mostra as áreas do país onde estão situados os sensores, e legendas em cores explicam os níveis de radioatividade.
O site “Criter Japon” tem tido “um número tão grande de acessos” que tem ficado fora do ar, informa o IRSN.
O especialista do instituto afirma, no entanto, que em razão do fenômeno de dispersão das partículas radioativas durante o trajeto de vários milhares de quilômetros entre o Japão e a Europa, “é certo que o nível de radioatividade da nuvem ficará abaixo do limite nocivo à saúde”.
Em um debate no Parlamento francês na quarta-feira, a ministra do Meio Ambiente, Nathalie Kosciusko-Morizet, também não excluiu a possibilidade de que a Europa seja afetada pelo acidente nuclear em Fukushima, mas afirmou que o impacto radioativo “não deverá causar problemas”.
Iodo – O governo francês pediu na quarta-feira ao órgão responsável por urgências de saúde no país para fazer um levantamento do estoque de pastilhas de iodo na França, substância que impede que a radioatividade tenha efeitos sobre a tiroide.
O objetivo, segundo as autoridades, é determinar se a França está pronta para enfrentar a passagem de uma nuvem radioativa, ou mesmo uma catástrofe nuclear.
Segundo jornais franceses, várias pessoas já procuraram comprimidos de iodo em farmácias.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, organizou na quarta-feira uma reunião ministerial de crise sobre a ameaça nuclear no Japão. “A situação é extremamente preocupante, muito grave”, disse Sarkozy.
O ministro do Interior, Claude Guéant, anunciou nesta quinta-feira que a França “está pronta” para acolher japoneses que precisem de cuidados médicos por conta de exposição à radiação.
“Temos hospitais especializados, com serviços de hematologia adaptados. Os franceses que foram repatriados do Japão também terão, claro, um acompanhamento médico específico”, disse o ministro. (Fonte: G1)
Encaminhado por Amanda França.

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