Depois de lançar toneladas de água nos reatores da usina de Fukushima Daiichi, no Japão, a operadora Tokyo Electric Power (Tepco) conseguiu baixar ligeiramente os níveis de radiação no local.
Segundo a TV japonesa NHK, os níveis caíram cerca de 20 pontos, para 292 microsieverts – um índice ainda muito acima do nível de radiação normal de 0,035 microsievert por hora.
As equipes lançaram cerca de 64 toneladas de água no reator 3, com helicópteros e caminhões de combate a incêndio das Forças de Autodefesa (equivalente ao Exército). Um caminhão com jato de água da Polícia Metropolitana, utilizado para conter motins, também foi utilizado na operação.
A companhia disse mais cedo que o vapor que saía do reator 3, parcialmente destruído, estava menos tóxico, o que sugere que a piscina foi efetivamente resfriada. Caso a temperatura não tivesse diminuído, a piscina emitiria um número maior de materiais radioativos.
Durante a reunião da cúpula da força-tarefa o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, chegou a agradecer a equipe pelo empenho em “operações tão perigosas”.
Diante do sucesso da operação, o secretário do Gabinete Yukio Edano disse a repórteres que o lançamento de água deve continuar nesta sexta-feira. O objetivo primário é impedir qualquer vazamento massivo de materiais radioativos da piscina para o ar.
O aumento da temperatura da água desta piscina, normalmente de 40ºC, faz com que a água se dissipe e exponha as varetas de combustível nuclear usado. Sem o líquido, que as isola do exterior, elas ficam então suscetíveis às altas temperaturas e podem derreter. No pior dos cenários, podem liberar material altamente radioativo.
A mesma fumaça branca vista no reator 3 foi confirmada no reator 2, sugerindo que a piscina de combustível usado também pode estar em ebulição.
As autoridades estão preocupadas ainda que este mesmo processo esteja ocorrendo no reator 4, já que a piscina teria ficado exposta com a explosão de hidrogênio no começo da semana. Segundo a agência nuclear japonesa, os esforços de injeção de água fria vão focar também neste reator.
Energia – Em outra boa notícia, o Japão informou que engenheiros conseguiram colocar um cabo de energia da rede externa do reator 2 da usina nuclear de Fukushima Daiichi.
“Eles planejam religar a energia na unidade 2 assim que o lançamento de água sobre o reator 3 estiver finalizado”, disse a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), em um comunicado, com base em informações cedidas pelo governo japonês.
O cabo, de mil metros de extensão, ligará a rede principal de energia ao reator para tentar reativar o funcionamento das bombas de água responsáveis pelo resfriamento do reator 2 –que foram desligadas depois do terremoto e tsunami da última sexta-feira (11).
A agência nuclear do Japão disse que o reator 2 foi o primeiro a receber eletricidade porque sua cobertura não foi afetada.
Sério, mas estável – Mais cedo, a AIEA informou que a situação nos reatores danificados da usina nuclear continua sendo “muito séria”, embora não tenha piorado desde a última quarta-feira (16).
Graham Andrew, assessor do diretor-geral da AIEA, declarou à imprensa que a situação no reator quatro da usina é a ‘de maior preocupação’, já que não se sabe nada sobre o nível de água nos reservatórios de combustível nuclear e nem sobre sua temperatura desde 14 de março. Os especialistas da AIEA não descartam que esteja fervendo, o que aumentaria drasticamente a temperatura e pressão e poderia causar uma explosão.
A situação dos reatores 1, 2 e 3 é “relativamente estável”, disse Andrew. Já a temperatura nas piscinas de resíduos nucleares dos reatores 4, 5 e 6 é muito superior ao permitido, chegando ao triplo do recomendado.
Em todo caso, o especialista da AIEA advertiu que ainda é ‘muito cedo’ para poder dizer que há esperança para a crise nuclear em Fukushima.
“É provável que [a situação] não tenha piorado, mas ainda é possível que piore. Não quero especular”, disse Andrew, que está a caminho do Japão, onde o diretor-geral, Yukio Amano, pretende visitar pessoalmente o local. (
Fonte: Folha.com)
Nuvem radioativa chegará à Europa, dizem especialistas franceses
Especialistas franceses afirmam que uma nuvem radioativa causada pelas explosões na central de Fukushima Daiichi, no Japão, deverá chegar à Europa na próxima semana, mas estimam, no entanto, que ela não será nociva à saúde.
Segundo Jean-Marc Peres, chefe do serviço de fiscalização da radioatividade no meio ambiente do Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN) da França, “é muito provável que a nuvem seja detectada a partir da próxima semana no território francês”.
O IRSN criou o site “Criter Japon”, que permite à população ter acesso ao nível de radiação na França. A radiação é medida por sensores espalhados pelo país quase em tempo real, com apenas uma hora de defasagem em relação à coleta dos dados.
O site mostra as áreas do país onde estão situados os sensores, e legendas em cores explicam os níveis de radioatividade.
O site “Criter Japon” tem tido “um número tão grande de acessos” que tem ficado fora do ar, informa o IRSN.
O especialista do instituto afirma, no entanto, que em razão do fenômeno de dispersão das partículas radioativas durante o trajeto de vários milhares de quilômetros entre o Japão e a Europa, “é certo que o nível de radioatividade da nuvem ficará abaixo do limite nocivo à saúde”.
Em um debate no Parlamento francês na quarta-feira, a ministra do Meio Ambiente, Nathalie Kosciusko-Morizet, também não excluiu a possibilidade de que a Europa seja afetada pelo acidente nuclear em Fukushima, mas afirmou que o impacto radioativo “não deverá causar problemas”.
Iodo – O governo francês pediu na quarta-feira ao órgão responsável por urgências de saúde no país para fazer um levantamento do estoque de pastilhas de iodo na França, substância que impede que a radioatividade tenha efeitos sobre a tiroide.
O objetivo, segundo as autoridades, é determinar se a França está pronta para enfrentar a passagem de uma nuvem radioativa, ou mesmo uma catástrofe nuclear.
Segundo jornais franceses, várias pessoas já procuraram comprimidos de iodo em farmácias.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, organizou na quarta-feira uma reunião ministerial de crise sobre a ameaça nuclear no Japão. “A situação é extremamente preocupante, muito grave”, disse Sarkozy.
O ministro do Interior, Claude Guéant, anunciou nesta quinta-feira que a França “está pronta” para acolher japoneses que precisem de cuidados médicos por conta de exposição à radiação.
“Temos hospitais especializados, com serviços de hematologia adaptados. Os franceses que foram repatriados do Japão também terão, claro, um acompanhamento médico específico”, disse o ministro. (Fonte: G1)
Especialistas franceses afirmam que uma nuvem radioativa causada pelas explosões na central de Fukushima Daiichi, no Japão, deverá chegar à Europa na próxima semana, mas estimam, no entanto, que ela não será nociva à saúde.
Segundo Jean-Marc Peres, chefe do serviço de fiscalização da radioatividade no meio ambiente do Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN) da França, “é muito provável que a nuvem seja detectada a partir da próxima semana no território francês”.
O IRSN criou o site “Criter Japon”, que permite à população ter acesso ao nível de radiação na França. A radiação é medida por sensores espalhados pelo país quase em tempo real, com apenas uma hora de defasagem em relação à coleta dos dados.
O site mostra as áreas do país onde estão situados os sensores, e legendas em cores explicam os níveis de radioatividade.
O site “Criter Japon” tem tido “um número tão grande de acessos” que tem ficado fora do ar, informa o IRSN.
O especialista do instituto afirma, no entanto, que em razão do fenômeno de dispersão das partículas radioativas durante o trajeto de vários milhares de quilômetros entre o Japão e a Europa, “é certo que o nível de radioatividade da nuvem ficará abaixo do limite nocivo à saúde”.
Em um debate no Parlamento francês na quarta-feira, a ministra do Meio Ambiente, Nathalie Kosciusko-Morizet, também não excluiu a possibilidade de que a Europa seja afetada pelo acidente nuclear em Fukushima, mas afirmou que o impacto radioativo “não deverá causar problemas”.
Iodo – O governo francês pediu na quarta-feira ao órgão responsável por urgências de saúde no país para fazer um levantamento do estoque de pastilhas de iodo na França, substância que impede que a radioatividade tenha efeitos sobre a tiroide.
O objetivo, segundo as autoridades, é determinar se a França está pronta para enfrentar a passagem de uma nuvem radioativa, ou mesmo uma catástrofe nuclear.
Segundo jornais franceses, várias pessoas já procuraram comprimidos de iodo em farmácias.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, organizou na quarta-feira uma reunião ministerial de crise sobre a ameaça nuclear no Japão. “A situação é extremamente preocupante, muito grave”, disse Sarkozy.
O ministro do Interior, Claude Guéant, anunciou nesta quinta-feira que a França “está pronta” para acolher japoneses que precisem de cuidados médicos por conta de exposição à radiação.
“Temos hospitais especializados, com serviços de hematologia adaptados. Os franceses que foram repatriados do Japão também terão, claro, um acompanhamento médico específico”, disse o ministro. (Fonte: G1)
Encaminhado por Amanda França.
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